Relatório de Gestão: Janeiro de 2021
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Enquanto gestores de recursos, colocamos foco na apreciação de capital em longo prazo, temperado por uma ênfase na preservação de capital de clientes.
Em busca de um equilíbrio entre risco e retorno, construímos carteiras que buscam exposição a diversos fatores de risco. Características comprovadamente associadas a retornos acima da média no longo prazo.
Na prática, construímos carteiras compostas por grande número de ativos, que representam a maior exposição possível a tais características desejáveis. Acreditamos que a diversificação de riscos em várias dimensões (emissores, setores, fatores de risco, capitalização, entre outras) é a chave para carteiras mais estáveis.
Fatores de risco são sujeitos a longos ciclos de desempenho. Tem chamado atenção a forma como, especialmente no último ano, os fatores com caraterísticas defensivas – qualidade e baixo risco (ações de baixa volatilidade e beta) – apresentaram desempenho inferior a seus retornos históricos. Apesar de vivermos um período de profunda recessão econômica, aparentemente, defensividade está fora de moda entre investidores.
A crise gerada pela Covid-19 entre fevereiro e março 2020 levou à rápida queda no preço dos ativos, numa cascata de redução de risco, levando bancos centrais a intervirem de forma agressiva nos mercados.
Ao comprar ativos no mercado para estabilização, bancos centrais passaram de juízes a participantes da partida, interferindo na formação de preços para gerar estabilidade e liquidez, criando demanda por ativos mais arriscados, suprimindo volatilidade e aumentando a alavancagem. Condições que tornam os mercados mais propícios a novas crises, em um ciclo que faz lembrar, aos mais cínicos, um famoso desenho de M.C. Escher.
É possível que intervenções governamentais tenham incentivado, ou ao menos instigado, investidores a um apetite crescente por risco e o desprestígio cada vez mais aparente das características defensivas.
Como prestam testemunho episódios recentes como a extrema e súbita valorização das ações da varejista americana GameStop ou a supervalorização das ações da montadora Tesla, que superou o valor combinado de todas as demais montadoras de automóveis dos EUA e da Europa, apesar de produzir uma fatia ínfima dos lucros do setor.
Na Constância, buscamos investimentos que sejam mais resilientes a essas dinâmicas e que cumpram papel de preservação de capital, buscando equilíbrio entre defensividade, valor e momentum, além de hedge.
Constância Fundamento FIA
O fundo apresentou uma rentabilidade de -3.95% no mês, comparada a uma variação de -3.32% do Ibovespa no período. O impacto líquido das operações defensivas foi de -0.45% ao adicionarmos operação de Hedge para proteção de carteira.
Em um mês com muita volatilidade, os mercados oscilaram, iniciando o ano com otimismo e, depois, com preocupações com o crescimento da transmissão da Covid-19 e as eleições dos presidentes da Câmara e do Senado.
Algumas ações dominantes na composição do índice caíram, como de Bancos (BBAS3 -12.5%, BBDC4 -10.02%, ITUB4 -10.22%, SANB11-12.08%), Energia (Eletrobras -22.3% e CPLE6 -12.89%), que reagiram à saída do presidente da empresa, e Construção (EZTC3 -14.5% e CYRE3 -13.06%).
Confira aqui todas as características, histórico e disclaimers do Constância Fundamento FIA.
Constância Absoluto FIM
O fundo entregou uma rentabilidade de -1,23% no mês. Adicionamos, aqui também, alguma proteção de carteira, apesar da baixa direcionalidade do fundo.
As operações de hedge (com o custo de aquisição de operações de proteção, medido pela volatilidade implícita, ainda bem acima de padrões históricos) justificam uma posição apenas parcial de hedge.
A estratégia Long Short Sistemática, com carteiras ultra diversificadas, contribuiu de forma negativa (-1.05%). Arbitragens, Opções e Eventos colaboraram com -0.13%.
Confira aqui todas as características, histórico e disclaimers do Constância Absoluto FIM.
Constância Brasil FIA
O fundo apresentou rentabilidade de -3.89%, inferior ao Ibovespa, que teve registrou -3.32% em janeiro.
O mês se mostrou propenso a realizações depois do rally de final de ano. Depois de atingir os 125 mil pontos com a entrada maciça de estrangeiros na primeira semana de janeiro, o Ibovespa mergulhou 10 mil pontos para fechar em campo negativo.
Apesar das perspectivas continuarem boas para os investimentos em Bolsa, percebemos que o mercado doméstico precisa de incentivos para continuar sua trajetória de alta. O mercado global deve ser uma variável que continuará ajudando positivamente, mas precisamos de notícias que levem os preços a ganharem mais tração.
Notícias, essas, que passam quase que exclusivamente pela competência do Governo e do Congresso trabalharem juntos para endereçarem as reformas que o País necessita. Finalizamos o mês com 123 ações e 97% da carteira investida.
Confira aqui todas as características, histórico e disclaimers do Constância Brasil FIA.
Julio Erse
Diretor de Gestão