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ago 08

Carta de Gestão – Julho 2024

Carta de Gestão – Julho 2024

Cenário

Após meses de cenário desafiador, a melhora no apetite de risco do mercado local, iniciada no mês de junho, se estendeu ao longo do mês de julho.

O índice Ibovespa e o índice de small caps avançaram 3,02% e 2,13%, respectivamente. As taxas de juros reais da parte longa da curva de NTN-B chegaram ao patamar elevado de 6,50% ao longo do mês, mas fecharam por volta de 6,20%, abaixo do fechamento de junho. 

No lado negativo, as preocupações com a dinâmica fiscal continuaram deteriorando as expectativas de inflação. O câmbio manteve a trajetória de desvalorização. 

No cenário externo, as expectativas de início do ciclo de redução da taxa de juros americana vêm sendo continuamente adiadas desde março de 2024, gerando muita incerteza e desconforto. Um desenvolvimento positivo em julho foi que os dados nos EUA ajudaram a cristalizar as apostas de que um primeiro corte de 25 bps de juros por parte do FED virá em setembro, e que o tamanho total do ciclo de redução pode ser de até 100 bps, maior do que o anteriormente esperado pelo mercado. 

Por outro lado, o risco geopolítico no Oriente Médio voltou a pontuar de forma negativa no noticiário. 

Na reunião de julho, o Copom manteve a taxa Selic em 10,50% por unanimidade. No entanto, o tom do comunicado foi mais dovish do que o esperado pelo mercado, que antecipava um tom mais endurecido. O comunicado sugere que o Copom está comprando tempo, aguardando o corte de juros do Fed ser iniciado em setembro. 

Nesse contexto, a barra parece alta para um aumento de 25 bps da Selic na próxima reunião do Copom, também prevista para setembro. No momento, as opções de Copom e curva DI para setembro precificam aproximadamente 60% de probabilidade de manutenção da taxa Selic em 10,50%. Todavia, tal alta pode eventualmente ser precipitada por causa da dinâmica de deterioração cambial e seu impacto nas projeções de inflação. 

Apesar dos juros altos e potencialmente em ascensão, a renda variável ainda parece ser atrativa dado os níveis extremamente baixos de exposição e o spread historicamente alto entre o preço/lucro do Ibovespa versus as taxas das NTN-Bs de longo prazo. 

Constância Fundamento FIA

O Constância Fundamento FIA rendeu 3,43% no mês de julho, superando o Ibovespa em 41 bps. 

A principal contribuição para a boa performance do fundo veio do modelo multifatorial, que apresentou uma rentabilidade de 2,75%, com exposições setoriais principais em financeiros, com destaque para Itaú e Banco do Brasil; utilidades públicas, cujas maiores exposições são Alupar e Engie, além dos setores industriais e consumo discricionário. 

Com respeito aos portfólios de fatores Long-Only, os fatores Qualidade e Baixo Risco tiveram retorno superior ao Ibovespa, com retornos de 3,15% e 3,05%, respectivamente. Enquanto os fatores Crescimento, Técnico (Momentum) e Valor apresentaram, no mês de julho, retornos de 2,84%, 2,77% e 1,49%. 

O modelo macro setorial, que atualmente limita a exposição das ações do modelo multifatorial aos setores industrial, consumo não discricionário e materiais básicos, adicionou 0,49% para o resultado do fundo. Por fim, a estratégia Beta contribuiu com 20 bps e a estratégia Alpha com 14 bps. 

A estratégia Alpha teve como destaque a posição de Centauro, que apresentou bons resultados do segundo trimestre com um eficiente gerenciamento de seu capital de giro e reafirmaram o foco em rentabilidade no médio prazo. O foco em rentabilidade e uma estrutura de capital mais conservadora levou a uma reação positiva nas ações e, consequentemente, uma contribuição positiva de 10 bps. Em contraposição, a Positivo sofreu com a alta do dólar por ter um portfólio mais sensível ao câmbio, detraindo 6 bps na estratégia, que ao final de julho contribuiu com 4,9% ou 14 bps para o fundo. 

Confira aqui todas as características, histórico e disclaimers do Constância Fundamento FIA.

Constância Absoluto FIM

O fundo Constância Absoluto FIM apresentou um avanço de 1,99% no mês de julho, contra um CDI de 0,91%, com a principal contribuição de 1,38% da estratégia multifatorial sistemático. 

Os fatores Long&Short, Qualidade, Baixo Risco e Crescimento tiveram os melhores desempenhos no mês de julho, com retornos de 2,04%, 1,80% e 1,18%, respectivamente, enquanto os fatores Técnicos (Momentum) e Valor tiveram retornos de 0,33% e -1,64%. 

As estratégias de Arbitragem, especialmente as de eventos corporativos, tiveram contribuições positivas, como o fechamento de capital da Cielo, que apresentou bons spreads pelo risco, e o follow-on da ISA Cteep, que foi concluído com um expressivo desconto e contribuiu com 10 bps para o fundo. Por outro lado, uma maior expectativa de inflação e a abertura de curva de juros locais dentro do mês de julho afetaram a marcação de algumas arbitragens, como no caso da AES. 

Em Valor Relativo, as posições no setor de utilidades públicas foram as grandes contribuições, com destaque para a Sabesp, que adicionou 12 bps ao fundo ao concluir com sucesso sua desestatização. Empresas de setores cíclicos, como Vamos e Eztec, foram as principais detratoras, reagindo mais positivamente ao rali da primeira metade de julho com dados operacionais mais favoráveis do que o esperado. 

Por fim, a estratégia de Tendência Macro Relativa gerou 22 bps de retorno com as exposições em ouro versus USDBRL e comprado em equities dos EUA versus vendido em equities da Europa. 

Confira aqui todas as características, histórico e disclaimers do Constância Absoluto FIM.

Covilhã Long Bias

Nosso fundo Covilhã Long Bias teve uma rentabilidade de 2,08% em julho de 2024, contra 0,87% do seu benchmark IPCA + Yield IMAB. 

As principais contribuições vieram da estratégia Long Only multifatorial (1,16%) e Long&Short multifatorial (0,95%) e Vol/Quantitativo (0,20%), enquanto valor relativo detraiu 0,24%. 

Apesar da boa performance do fundo nos últimos 2 meses e nenhum ano de performance negativa desde o início, a performance do ano de 2024 tem se mostrado muito desafiadora até aqui, com o fundo acumulando rentabilidade negativa de 2,35% até o final de julho. Os maiores detratores foram a estratégia Long Only (1,28%), Long&Short (0,85%) e Valor Relativo (0,36%). 

A maior parte do risco do fundo Covilhã está concentrada nas estratégias Long Only e Long&Short, que somadas perfazem uma exposição em ações de 130% compradas e 45% vendidas. O atual drawdown no desempenho do fundo no ano de 2024 pode ser atribuído à combinação da rentabilidade negativa de renda variável local e à dominância macroeconômica na dinâmica dos preços, o que gera dispersão de retornos reduzida e pouco diferenciada por fundamento econômico das empresas, dificultando o desempenho da nossa estratégia Long&Short, que é, em boa parte, de cunho fundamentalista. 

Apesar da árdua dinâmica de preços em 2024, acreditamos que o mercado local em breve voltará a focar nos fundamentos das empresas, e como nosso modelo multifatorial nos coloca do lado certo das estatísticas quando a dinâmica de preços é racional, vemos como eminente a recuperação do atual drawdown do fundo. Nossas simulações de mais de duas décadas indicam que, enquanto o Ibovespa subiu aproximadamente 10% ao ano nesse prolongado período, o portfólio comprado teve um desempenho superior a 20% ao ano e o portfólio vendido teve performance aproximadamente nula.

Constância Previdenciário 

O fundo Constância Previdenciário teve uma excelente performance de 2,06% em julho, contra 0,91% do CDI, beneficiado por todas as estratégias que compõem a carteira. 

O destaque do mês ficou para a estratégia de renda variável, com performances de 1,05% na posição direcional e 0,45% em valor relativo. A estratégia de renda fixa contribuiu positivamente em 0,69% para o resultado do fundo, influenciada pelas posições em ativos indexados à inflação. A estratégia de hedge em dólar, por sua vez, foi beneficiada pela valorização da moeda norte-americana ao longo do mês, diante da manutenção do quadro de incertezas fiscais. 

A distribuição de risco entre classes de ativos atualmente é de 43% em renda variável, sendo 30% em Long Only e 13% em Long&Short, e 29% em renda fixa. O restante está distribuído entre caixa (14%) e hedge/dólar (4%). 

Mesmo após a recuperação observada em julho, entendemos que os preços de mercado, tanto nos títulos prefixados como nos indexados, seguem com prêmios elevados em relação às nossas projeções para os juros. Continuamos a dar mais preferência aos títulos indexados à inflação em detrimento dos prefixados, por conta de uma tendência de elevação dos índices de preços. Em relação à renda variável, seguimos com a visão de que há espaço para a recuperação de preços dos ativos em um horizonte de médio prazo, ainda que haja desafios importantes de curto prazo – em especial a perspectiva de manutenção dos juros em patamares elevados por período prolongado, em linha com o comunicado ao mercado do Banco Central após a última reunião do COPOM. 

Confira aqui todas as características, histórico e disclaimers do Constância Previdenciário.

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