Relatório de Gestão – Janeiro 2020
A importância da diversificação e disciplina
O estudo em que grupos de ações com certas características em comum apresentam bons retornos no longo prazo é hoje muito bem documentado, e essas características são conhecidas como Fatores de Risco.
Construímos nossas carteiras de forma a buscar exposição a esses fatores, o que, na prática, resulta em carteiras altamente diversificadas. Um fundo de ações exposto a fatores como Valor, Momentum e Qualidade é composto por uma centena de empresas. Contempla um número grande de setores e as maiores posições dificilmente chegam a 5% de seu patrimônio – por isso, a diversificação de riscos em várias dimensões é chave para carteiras mais estáveis.
Fatores estão sujeitos a longos ciclos de desempenho, embora seja possível que um único fator tenha performances superiores por longos períodos. Todos eles já experimentaram também períodos prolongados de desempenho inferior em relação a um benchmark.
Ao diversificar a carteira entre vários fatores, conseguimos um desempenho mais estável e drawdowns mais curtos do que adotando uma abordagem de fator único.
As diferenças de rentabilidade podem deixar investidores tentados a desviar sua alocação para os fatores vencedores no curto prazo. Neste contexto, a disciplina em se manter exposto a vários fatores e com foco no longo prazo é crítica para se beneficiar da alocação.
Constância Fundamento FIA
O fundo apresentou uma rentabilidade de 1,72%, no mês, comparada a uma queda de 1,63% do Ibovespa no mesmo período. O impacto líquido das operações de proteção da carteira foi -0,36%, adicionando a Hedge.
Enquanto algumas ações dominantes na composição do índice caíram, como os bancos (ITUB4 -11,5%, BBDC4 -9,02%) e Petrobras PN (-4%) e VALE (-5,6%), o mercado, de forma mais abrangente, conta outra história.
Das 73 ações que constituem o índice, 40 subiram – em nosso universo de 220 ações, observamos 148 em alta.
No mesmo período, o retorno de nosso índice com pesos iguais foi positivo 5,14%. Notadamente a forte alta de ações ligadas a consumo (VVAR3 +31,1%; GUAR3 +27,3% e MGLU3 +18,5%) e vestuário (com ALPA4 +7,95% e CNTO3 +5,1%), que subiram em sincronia.
Na atribuição dos retornos por setor destacamos a contribuição do segmento de Energia Elétrica, além de Construção e Siderurgia.
Confira todas as características, histórico e disclaimers do Constância Fundamento FIA aqui.
Constância Absoluto FIM
O fundo entregou uma rentabilidade de 1,40% no mês, ou 373% do CDI. O impacto líquido das operações de proteção da carteira foi -0,09%.
Adicionamos aqui também alguma proteção de carteira, apesar da baixa direcionalidade do fundo. O baixo custo de aquisição de operações de proteção, medido pela volatilidade implícita abaixo de padrões históricos, justifica a nosso ver algum hedge. A estratégia Long Short Sistemática com carteiras ultra diversificadas contribuiu com 2,05%. Arbitragens, Opções e Eventos contribuíram com -0,47%.
Confira todas as características, histórico e disclaimers do Constância Absoluto FIM aqui.
Constância Brasil FIA
O Constância Brasil FIA apresentou rentabilidade negativa de 0,68%, com performance melhor que o Ibovespa, que desvalorizou-se 1,63% em Janeiro.
Na porção sistemática do portfólio, os destaques foram as ações do Grupo Natura e Guararapes, que se beneficiaram com o desempenho de consumo e varejo, setor em destaque no mês. Ambas subiram 23% e 22% respectivamente.
O destaque positivo na porção discricionária foi, pelo 3º mês consecutivo, os papéis de PetroRio. No entanto, em meados do mês resolvemos realizar a posição para buscar novas oportunidades mais baratas. Mesmo depois da zeragem, as ações continuaram andando mostrando que o mercado acredita na execução e fundamentos da empresa. Gostamos do case e continuaremos a monitorar a empresa. Depois de 26% em Novembro, 42% em Dezembro, a ação valorizou-se outros 45% em Janeiro.
Os destaques negativos na carteira como um todo foram as ações dos grandes bancos, muito influenciados pela aversão a risco que tomou conta do mercado devido ao coronavírus. Em um primeiro momento, papéis mais líquidos sofrem com o fluxo de curto prazo. Os desempenhos negativos foram ItauUnibanco (-12%), Santander (-11%), Itaúsa (-9%), Bradesco (-9%) e Banco do Brasil (-8%). Esses papéis somados chegam a quase um quarto do Ibovespa.
Mesmo com as novas incertezas com relação ao surto da nova doença, e se isso causaria uma desaceleração na China, trabalhamos com um cenário favorável para ações no Brasil devido à manutenção dos juros baixos e ao recente corte da SELIC.
Confira todas as características, histórico e disclaimers do Constância Brasil FIA aqui.