Factor investing no Brasil
A partir do artigo original de Eugene Fama e Kenneth French, de 1992, o conceito de fatores de risco se difundiu rapidamente no mundo de investimentos, tanto na academia quanto entre praticantes.
Grandes investidores institucionais perceberam os benefícios do emprego desses conceitos, não só para a busca de retornos, mas para a gestão de riscos e busca de consistência.
Instituições emblemáticas como o Canada Pension Plan Investment Board, o fundo soberano da Noruega e o APG da Holanda passaram a fazer uso de estratégias sistemáticas baseadas em fatores, dando grande impulso ao conceito ao redor do mundo.
Gestoras de investimento foram fundadas com o propósito exclusivo de explorar o conceito de fatores. Entre elas estão gigantes do mundo financeiro atual como AQR, Dimensional Financial Advisors e Acadian, nos EUA, e CFM na França, que hoje administram recursos da ordem de centenas de bilhões de dólares.
Firmas mais tradicionais passaram a se dedicar ao conceito, como a BlackRock nos EUA e Robeco na Holanda. Bancos de investimento passaram a ter equipes inteiras de pesquisadores voltados a estratégias sistemáticas, como se verifica hoje no J.P. Morgan, Morgan Stanley, Goldman Sachs, Deustche Bank, entre outros.
De forma surpreendente, o conceito de fatores demorou em chegar ao Brasil.
A Constância Investimentos tem o orgulho de ser uma das pioneiras na introdução destes conceitos ao contexto brasileiro, empregando-os na gestão de seus fundos desde o início de 2015.
Suor e continhas
A metodologia de investimento que utilizamos não é um algoritmo “caixa preta”, nem envolve uma modelagem exótica do ponto de vista matemático. O emprego de fatores de risco exige computação, suor e continhas bem feitas.
As “continhas” são muitas, calculadas simultaneamente para as centenas de ações disponíveis no mercado brasileiro, abrangendo 15 anos de dados históricos organizados numa base de dados proprietária.
O processamento, produção, organização e agrupamento dessa enorme quantidade de informação é feita diariamente na Constância Investimentos graças a um significativo esforço computacional e de tecnologia da informação – o “suor”.
Mas como construir carteiras de fatores de risco? No próximo artigo, falamos sobre como este processo acontece e de que forma se torna sistemático.