Nosso BLOG

out 21

Análises das ações dos mercados de Tecnologia e Comércio Eletrônico

Análises das ações dos mercados de Tecnologia e Comércio Eletrônico

Em entrevista recente e exclusiva para a revista Exame, nosso CEO Cassiano Leme e o diretor de Gestão, Julio Erse, analisaram o cenário atual das ações nas áreas de Tecnologia e do Comércio Digital. Você pode clicar aqui para ter acesso a leitura completa.

Na ocasião, afirmaram que a tendência do comércio eletrônico, por exemplo, existe e é uma realidade econômica. O que se discute hoje, na visão deles, é se o otimismo embutido no preço dessas ações é realista ou exagerado frente aos resultados.

Nesse sentido, fizeram uma comparação do período em que estamos vivendo com o mercado internacional no fim dos anos 1998 e 1999, época de altas expectativas de crescimento em relação a algumas empresas – que resultou na bolha da internet.

Acreditam que há uma demanda crescente por ações que vai ser refletida em IPO, não só no preço. E quanto mais o mercado acionário for uma fonte de capital viável para as empresas, melhor.

“Isso é absolutamente normal e o que se espera de uma economia aberta, onde investidores tomam decisões baseadas aos riscos específicos de cada operação”, afirma Cassiano Leme na entrevista.

Sobre o desempenho das ações de empresas varejistas no meio digital, Cassiano disse:

A gente viu isso não só no Brasil, mas no mercado internacional também. Ações com algumas narrativas que ganharam força com a pandemia, como o comércio eletrônico, passaram a negociar com avaliações que têm pouco precedente histórico.

Igualmente, podemos argumentar que varejistas mais tradicionais ficaram relativamente muito baratas. A gente vê uma clara possibilidade de exagero nessas avaliações. Existem alguns sinais claros de superavaliação desses papéis de narrativa.

Para pegar um exemplo estrangeiro, dá para perceber esses sinais em empresas como Tesla. E parte disso foi refletido aqui. Tem um pouco de correspondência, quase uma tradução, daquelas narrativas do mercado internacional, principalmente dos EUA com contexto brasileiro. A Amazon é a Magazine Luiza. A Telsa é a Weg, e por aí vai.

Em relação ao preço as ações de empresas na área de Tecnologia, Julio Erse explicou:

O preço pago hoje é historicamente muito alto. É uma tendência onde você tem que pagar muito mais para participar. Mas, historicamente, os investidores não se comprovaram bons em fazer esse tipo de extrapolação. No passado, quando havia algum desvio de avaliação, acabava muito mal, principalmente no coletivo – individualmente, às vezes não.

Quanto aos IPOs cancelados ou adiados, Cassiano comentou:

A gente está vendo um cenário novo no Brasil que é o de contração da taxa de juros e a expectativa de voltar a ser no curtíssimo prazo não está colocada.

Tem muita migração de renda fixa para ativos de risco, incluindo ações. Então tem uma demanda por ações que vai ser refletida em IPO, não só no preço. Essa é uma dinâmica extremamente saudável na nossa forma de ver.

Quanto mais o mercado acionário for uma fonte de capital viável para as empresas, melhor. Isso é absolutamente normal e o que se espera da economia aberta, onde investidores tomam decisões baseadas aos riscos específicos de cada operação. É assim que o mercado opera e chega à conclusão de quais empresas merecem estar na bolsa e quais não merecem.

A respeito dos efeitos dos resultados das eleições americanas, Cassiano avaliou:

Ainda estão muito incertas. A capacidade de previsão das pesquisas americanas ainda não é muito boa. Em 2016, foi uma enorme surpresa. É uma dinâmica completamente diferente da nossa. O voto não é obrigatório e o comparecimento é extremamente decisivo e difícil de estimar.

É evidente que Biden tem agenda econômica que inclui pesados aumentos de impostos, aumento de regulação. Então é toda uma agenda que não seria positiva para o mercado acionário.

No entanto, é difícil visualizar qual vai ser a primeira reação do mercado se o Biden ganhar, porque vai depender das eleições do Congresso também. Uma coisa é um presidente democrata com programa de alta tributação apoiado por Câmara e Senado, outra é se o Senado estiver na mão dos republicanos. São cenários muito distintos.